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terça-feira, 16 de agosto de 2016

SÓ EU VEJO O QUE NINGUÉM MAIS PODE VER


SÓ EU VEJO O QUE NINGUÉM MAIS PODE VER

     Sentada em frente ao meu espelho podia ver não uma, mas várias de mim. Embora os anos tenham se perdido pelos caminhos eu ainda consigo ver a menina do início. Em meio à um parque da cidade, uma foto e alguém pisando no meu vestidinho todo branco com babados. Querendo estar em meio as brincadeiras de rua e cujas pernas finas não conseguiam pular toda a "amarelinha". Muitos risos e conversas durante as aulas e as repreensões de professores que hoje quase não lembro de seus rostos. Incrível, mas o meu eu lembro! Os espelhos devolvem à memória as nossas histórias e me vi aos prantos pelo primeiro namoro desfeito, se é que aquilo "tão distante" se chamava namoro e eu só tinha doze anos. O primeiro baile, as muitas voltas no salão de um par de "pés de valsa" que amavam dançar. De quantas eu já falei? Tenho certeza, se você olhar agora no espelho vai ver passar um desfile de rostinhos corados, hoje até maquiados e o desenrolar de uma história incrível, que é a sua. Assim que percebo minha respiração embaçando o espelho dou de cara comigo e esboço um sorriso, aquele, de quem viveu um bocado e que espera muito mais. Tornando de vez à razão descubro que só eu posso ver as muitas de mim...

                                                Regina Vicentini

                                                                     06/07/2016











     

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