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sábado, 7 de março de 2015

NÃO É SIMPLES DIZER ADEUS



NÃO É SIMPLES DIZER ADEUS

     Nas asas do tempo nossos sonhos inalcançados alçavam voos em nuvens passageiras, mas sempre retornávamos e tomávamos acento na próxima, cheios do combustível da fé. Ainda que forças nos faltassem, buscávamos a esperança como bálsamo para as nossas feridas. E a medida que a alegria fosse tomada pelo desespero do nada, ressurgiam novas expectativas para que o sonho virasse realidade. O nosso medo era não saber a hora em que o cansaço nos fizesse desistir, a hora de dizer Adeus. Havia um mundo todinho na bagagem e, agora, sem saber o que fazer com os sonhos que se derretiam como o algodão-doce entre os dedos. Ir em frente? Certamente, mas com os pés no chão e sem a certeza de nada. Fechar a porta dos sonhos para que sorrateiramente eles não embarquem na primeira nuvem de expectativa que passar. Tentar falar ao coração que os tempos da carochinha ficaram na infância ingênua e distante, colocar sonhos ali só o fariam sangrar até desfalecer. É chegada a hora de dizer Adeus, mas não é simples dizer Adeus...

                               Regina Vicentini

                                                           07/03/2015