ELE ESTAVA LÁ
Uma estrada longa e apenas minha sombra como companhia. Os pés pálidos e frios levemente tocavam o solo desejando não ser surpreendidos pelas feridas em duras pedras. Infelizmente somos feridos pelas rigidez da natureza humana e as profundas marcas deixam cicatrizes que insistimos em apagar. Vesti meu melhor vestido de seda amarelado, adornei com delicadas violetas o cinto de veludo. As mãos tremulas pareciam fazer um par perfeito com os pés cada vez mais gélidos. Tudo parecia fazer parte de uma pintura medieval em tons pastéis. Passei as mãos pelos cabelos ainda úmidos na frente do velho espelho como de costume s suspirei...tudo pronto. Olhei meus pés e percebi que, caminhar até lá seria desastroso, não estaria segura e nem protegida. O tempo não parou desde que começara a me preparar. Temerosa, as dúvidas começaram a confundir meus pensamentos e por isso eu não esperei, mas estavam lá. Agora já não importava mais se acontecessem feridas nos meus pés, elas estavam na alma. Quanto desconforto causado pelo temor e na bagagem nenhuma confiança alicerçada pela fé. Rajadas de vento forte levaram o adorno de meu cinto e em vão tentei alcança-lo. Fechei os olhos por alguns instantes e tentei recuperar o folego. Em meio à preparação para um simples encontro eu havia me esquecido Daquele que tem sido meu companheiro de sempre e para toda eternidade, meu Jesus. Abri novamente os olhos e...
ELE ESTAVA LÁ!
Regina Vicentini
10/04/2016
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